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sábado, agosto 08, 2009

EXERCER A HOSPITALIDADE.

EXERCER A HOSPITALIDADE...

Na época em que vivia na cidade de Kotzk, o rabino Itzjac de Vorki foi convidado para um banquete.
Quando o rabino se aproximou da casa do seu anfitrião viu que a entrada estava repleta de bonitos adornos e que enormes lâmpadas a iluminavam.
O rabino se deteve no caminho e o seu anfitrião foi ao seu encontro.
Itzjac de Vorki disse ao homem que retirasse todos aqueles enfeites e faróis que tinha posto na faixada da casa por causa da sua visita.
- Mas por que? O senhor não gostou? - perguntou o anfitrião.
- Não se trata disso - disse o rabino - Um homem não deve ser diferenciado do outro na sua condição de hóspede. Eu desejo ser tratado de maneira igual ao mais humilde hóspede. Ou você faz o que pedi ou me prometa que de agora em diante você receberá do mesmo modo todos aqueles que visitarem a sua casa.
- Mas rabino, se eu tratar a todos os meus hóspedes da mesma maneira que pretendo tratá-lo eu irei à falência!
- É por isso que pedi para retirar os adornos e as lâmpadas...
O anfitrião, então, retirou os enfeites que tinha posto, serviu uma refeição mais moderada e devolveu à sua casa a aparência cotidiana...
Tratar diferentemente as pessoas por causa da sua condição social ou da sua aparência é agir em total desacordo com os preceitos do amor universal.
Usar de dignidade e justiça no trato com os outros é um dever básico para quem quer contribuir para a edificação de uma realidade melhor.
É muito triste tratar as pessoas de maneira interessada. Por isso é difícil imaginar um castigo pior para a pessoa mesquinha do que aquele que ela já tem: viver num mundo de tanta falsidade e egoísmo.
O indivíduo justo e generoso sabe que as perfídias, vilanias e sinistroses existem no mundo, mas sabe também que, acima delas, existem as boas ações e os gestos de amor. O mesquinho, porém, nem sequer suspeita disso, e essa é, por si só, a sua ruína.
Só quem vive o amor conhece a verdade. Só aquele que busca a justiça, a bondade e a espontaneidade pode enxergar corretamente o valor das pessoas, sem apelar para a exterioridade enganosa.
Indistintamente, o humilde pardal pousa no teto do abastado e do pobre. À singela avezinha não interessam os milhões de um ou a simplicidade do outro, mas sim se o vento depositou sobre as coberturas de suas casas algum grão para saciar a sua fome ou algum graveto para construir o seu ninho.
Quantas vezes este pequenino hóspede nos visitou sem que o tenhamos percebido? Não nos mandou avisar de sua visita, nem nos exigiu nenhum tratamento especial, mas saiu satisfeito e agradecido. Tão agradecido que retornou muitas outras vezes, anonimamente como sempre.
Este nosso visitante tão discreto pode nos ensinar a lição da verdadeira hospitalidade. Pois os hóspedes mais humildes são os embaixadores de Deus.
Há uma lenda indiana que fala do deus Vishnu tomando a aparência de um velhinho maltrapilho e indo pedir abrigo a um jovem casal brâmane, a fim de testar a sua devoção.
Ser hospitaleiro não é dominar a etiqueta social para agradar visitas que consideramos importantes, é sim reconhecer um traço de Deus em todos aqueles que batem à nossa porta...
Emerson Aguiar
Mestrando em Filosofia

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